Olá
pessoal, aqui quem vos escreve é Braian Oliveira, criador do quase físico, mas
agora eu convidei para escrever essa postagem o colega Vinicius
Tavares. Então sem mais delongas, aqui está a contribuição dele:
Como assim o universo está se expandindo José?
Bem,
pra entendermos melhor essa ideia, vamos retornar um pouco no tempo até 1915 (quando
Einstein publica a sua Teoria da Relatividade Geral). Quando ele finalmente
chega nas equações que demostravam como o espaço interage com o tempo e
vice-versa, ele percebeu implícitas nas equações, uma coisa um tanto quanto
estranha. Ele percebeu que O UNIVERSO NÃO ERA ESTÁTICO! Isso mesmo! O universo não era “paradinho” como todos
achavam na época.
Pois
bem, quando Einstein percebe isso, ele fica horrorizado a ponto de introduzir
um novo termo nas equações originais para ‘’cancelar’’ a dinamicidade do
universo e outros efeitos indesejados, termo esse denominado mais tarde de
‘’constante cosmológica’’ (mais tarde, ele diria que esse foi o maior erro da
sua vida, embora pessoalmente eu ache que o maior erro foi mostrar a língua
aos fotógrafos esperando que eles deixassem de lhe importunar), tornando
assim, o universo estático, e deixando de realizar uma das maiores descobertas
do século na astronomia. Mas...
Por que Einstein ficou horrorizado com o que notou nas equações originais?
Porque
ele era humano (ao contrário do que muitos pensam), e como tal, tinha
arraigadas crenças filosóficas acerca de que o universo era estático e
imutável, não tendo tido um inicio e nem um fim.
Mas o que é o efeito Doppler?
Para entendermos
melhor o que é o efeito Doppler vamos
imaginar a seguinte situação: Imagine
que o observador 2 esteja parado em relação a calçada, da mesma forma o
observador 1 também está parado em relação a calçada. A medida que o carro se
aproxima do observador 2 com determinada velocidade, o observador 2 vai ouvir o
som do carro com uma maior frequência, um som mais agudo.
Enquanto
isso o carro se afasta do observador 1, assim em relação a este observador a
frequência do som emitido pelo carro diminui, o som fica mais grave. Mas para o
motorista que está se deslocando junto com o carro, desta forma a distância do
motorista e o carro que está emitindo a onda sonora não varia, assim ele não
percebe qualquer mudança na frequência, diferentemente dos 2 outros
observadores.
Mas no que isso ajudou
para a conclusão de Hubble sobre as galáxias distantes?
Simples,
porque a luz também tem um comportamento ondulatório, e como tal, ela sofre o mesmo
efeito Doppler sofrido pelas ondas sonoras emitida pelo nosso carro. Quando
fonte de emissão das ondas luminosas se afastam do observador, acontece o que
chamamos de desvio para o vermelho (redshift).
Já quando as ondas luminosas se aproximam do observador, acontece o chamado desvio para o azul (blueshift).
Mas
por que desvio para azul e vermelho? você pode ver na imagem abaixo:
Quando
Hubble observou a galáxia de Andrômeda, que na época era considerada um conjunto de
estrelas que faziam parte da Via Láctea, ele descobriu que ela estava a 800.000
anos-luz, valor hoje corrigido para ~ 2,5 milhões de anos-luz, descobriu também
que ela era muito maior do que se pensava, e que seu desvio era na direção do
vermelho! Ou seja, ela estava se afastando de nós.
Como assim (não só) Andrômeda
está se afastando de nós?
Mas
se ela está se afastando, só pode ser porque um dia esteve muito perto de nós,
mas quão perto...? (esse raciocínio levaria o padre belga George Lemaître a
formular a hipótese do ‘’átomo primordial’’, da qual viria a surgir a teoria do
Big-Bang). E outra, segundo os cálculos, quanto mais distante o objeto, mais
rápido ele se afasta! E ainda por cima, posteriormente descobriu-se que não só Andrômeda está se afastando de nós, mas sim, a GRANDE MAIORIA das galáxias existentes no universo!
Para
entender melhor o processo de expansão, façamos mais um pequeno experimento
mental: imagine um pequeno balão murcho (sem gás ainda), agora pinte bolinhas bem
próximas uma da outra, depois imagine o balão se enchendo. Você perceberá que
os pontinhos anteriormente pintados se afastarão rapidamente e ficarão muito
longe uns dos outros.
Hubble publicou suas descobertas em
1929 e em 1990 foi colocado em órbita um telescópio batizado em sua homenagem,
nos revelando que o universo possui aproximadamente 13,7 bilhões de anos de
idade e nos trazendo as mais belas imagens do universo já vistas até hoje por
nós, meros grãos de areia em meio ao imenso oceano cósmico.
FONTES:
dicionário enciclopédico de astronomia e astronáutica – Ronaldo Mourão
Adaptação :
www.quasefísico.com